Com queda de 1,5 milhões de empregos, especialistas indicam onde estão as oportunidades de trabalho

Confira matéria que participei concedendo entrevista sobre o mercado de trabalho no Brasil em 2016.

Correio 22-01-2016

A Bahia, com a perda de 75.286 postos, foi o segundo mais impactado no Nordeste. Em geração de emprego, o estado ocupou a 21ª posição no Brasil e a oitava no Nordeste 

Naiana Ribeiro e Agências (naina.ribeiro@redebahia.com.br)

Apesar dos especialistas afirmarem que ainda não se pode falar em uma reversão do cenário de crise observado em 2015, setores como atendimento ao cliente, estética, logística, e as áreas comercial e financeira são boas oportunidades para quem quer se recolocar no mercado em 2016.

Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Bahia), Cezar Almeida, as áreas comercial e financeira vão abrir ainda mais vagas. “Num ano de crise, as empresas precisam se organizar e racionar custos. Por isso, essas áreas, além da de logística, são promissoras”, acredita.

Já a psicóloga do Serviço de Intermediação para o Trabalho (SineBahia) Saionara França revela que as áreas de atendimento ao público, serviços e estética possuem muitas vagas disponíveis atualmente. Em 2015, o SineBahia disponibilizou  79 mil vagas, colocou 47 mil pessoas e encaminhou 166 mil. Foram inscritas 299 mil pessoas. “Os dados mostram que faltam pessoas para o perfil das vagas”, diz.

Psicóloga do Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm), Renata Canário afirma que as áreas em alta este ano são administrativas, de recursos humanos e operacionais. “Alguns supermercados estão contratando”, lembra. O Simm ofertou  11 mil vagas em 2015 e 2,8 mil pessoas foram colocadas.

Candidato deve  mostrar  resultados na entrevista
Com o desemprego assolando as famílias, a principal recomendação dos especialistas é que o novo candidato não se desespere e sempre busque mostrar resultados.

“As empresas querem funcionários entregando o produto de maneira eficaz, com agilidade e qualidade. O profissional que mostra isso tem mais chances de se recolocar”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Bahia), Cezar Almeida.

O candidato também deve continuar buscando qualificação e ativar sua rede de contatos. “Foque na solução, que é se recolocar, e organize bem sua rotina. Se candidate para vagas e se prepare bastante para entrevistas”, recomenda o especialista.

Dicas para buscar se recolocar no mercado

Organize a rotina Procurar emprego não deixa de ser um trabalho, por isso é importante organizar o tempo do dia  e fazer um bom planejamento financeiro para focar na sua recolocação.

Faça um bom currículo É como uma peça de marketing. Destaque seus pontos fortes e tenha em mente seu objetivo profissional.

Candidate-se Coloque o currículo em sites de emprego e envie-o para empresas. Busque sempre vagas que se encaixam em seu perfil.

Prepare-se É importante estar preparado para entrevistas. Treine questões difíceis como ‘quais seus pontos fracos’ e estude sobre a empresa. Quanto mais preparado estiver, maiores serão as chances.

Se atualize  Leia os livros mais recentes da área, participe de cursos, debates, palestras, etc. Toda informação sobre a área é valiosa.

O Brasil fechou 1,542 milhão de postos de trabalho com carteira assinada em 2015 – o  pior resultado em 24 anos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com o saldo (diferença entre contratações e demissões) do ano passado, o país retrocede ao mesmo patamar de dois anos atrás. Na Bahia, o saldo negativo de 75 mil foi o pior desde 2002. Em 2015, 697.449 baianos foram contratados e 772.735 demitidos.

O saldo nacional do Caged foi resultado de 17,707 milhões de admissões e 19,249 demissões. Em 2014, foram geradas 420,7 mil vagas formais. No mês de dezembro, o Brasil fechou 596,2 mil vagas, também pior resultado desde 1992.

A indústria de transformação foi a responsável pelo maior número de vagas formais fechadas em 2015. O setor encerrou 608.878 vagas com carteira assinada.

A construção civil foi responsável pelo segundo maior corte, com menos 416.959 vagas. Já o setor de serviços fechou 276.054 vagas. O comércio teve, em 2015, menos 218.650 postos, a indústria extrativa mineral fechou 14.039 vagas e a administração pública encerrou 9.238 postos. O único setor que  criou vagas, em 2015, foi a agricultura, com um saldo positivo de 9.821.

O ano também apresentou uma redução nos salários, segundo o Caged. Os salários médios de admissão tiveram uma queda real de 1,64%. O valor médio foi de R$ 1.291,86 em 2014 e passou para R$ 1.270.74, em 2015.

O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, definiu 2015 como um “ano difícil”. Segundo ele, o governo tem trabalhado para retomar a atividade econômica e, por consequência, a geração de empregos.  Como argumento para a reversão no quadro, o ministro disse que o ajuste do câmbio começa a trazer resultados positivos – ele enxerga uma tendência de redução na inflação e de ampliação de investimentos.

Segundo o técnico da Superintendência de Estudos Econômicos (SEI), Luiz Fernando Lobo, 2015 foi um ano ruim para o mercado de trabalho baiano e brasileiro. “O desaquecimento da economia afeta diretamente o mercado de trabalho. Essa crise tem sido potencializada por uma crise no campo político. Tal cenário gera incertezas, o que trava as ações e emperra a economia, atingindo a porção mais fraca desse mercado, que é o trabalhador”, explica.

A crise atingiu em cheio a vida do técnico químico Mateus Moreno, de 29 anos, que era representante da área comercial na região Nordeste de uma indústria química sediada em São Paulo.

“A empresa estava com um projeto para implantar uma fábrica aqui na Bahia, mas, por conta do cenário econômico, o projeto foi cancelado em 2014. Como o ano de 2015 foi ainda pior, minha vaga foi cortada”, conta. Desde sua demissão, em novembro, Moreno realizou cinco seleções, e até viajou para São Paulo para participar de duas entrevistas.

Em tempos de retração econômica, quem também está em busca de uma vaga formal é a jovem Tainá Silva, 20. “Estou à procura do meu primeiro emprego para ajudar em casa e complementar a renda de minha mãe, que trabalha como cuidadora de idosos”, conta.

Na Bahia
A Bahia, com a perda de 75.286 postos, foi o segundo mais impactado no Nordeste. Em geração de emprego, o estado ocupou a 21ª posição no Brasil e a oitava no Nordeste – todos os estados da região apresentaram no ano um acumulado negativo.  O interior do estado encerrou 25.970 postos, enquanto a Região Metropolitana de Salvador (RMS) perdeu 49.316 posições de trabalho com carteira assinada.

Pernambuco foi o estado que mais perdeu postos na região (-89.561 postos). A retração da Bahia decorreu principalmente da queda do emprego nos setores da Construção Civil (-34.249 postos), Serviços (-19.566 postos),  Comércio (-9.566 postos), Indústria de Transformação (-8.133 postos) e a Agropecuária (-3.110 postos).

“Como a Construção Civil e Serviços são setores que incorporam muitos trabalhadores, terminam sendo mais dinâmicos em seus processos de contratação ou de desligamento”, afirma Lobo, da SEI.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado da Bahia (Sinduscon- BA), Carlos Henrique Passos, atribuiu o cenário negativo no estado ao cenário econômico do país. “Obras foram encerradas, enquanto o setor não teve novas. Com isso, o desemprego aumenta”, afirma ele, dizendo que esse quadro, pelo menos a curto prazo, não deve ser alterado. “A retomada passa pela solução da economia do país”.

Colaborou Juliana Montanha.

Fonte: http://www.correio24horas.com.br/single-economia/noticia/com-queda-de-15-milhoes-de-empregos-especialistas-indicam-onde-estao-as-oportunidades-de-trabalho/?cHash=643761645c0978866632263a324ef40f

Matéria Jornal A Tarde

Formandos de 2016 têm mais desafios

Principal obstáculo é a concorrência maior, consequência da redução da oferta de emprego
Terminar uma graduação e encarar o mercado de trabalho competitivo é um desafio que todos  os formandos enfrentam. Em 2016, as consequências da crise econômica e as incertezas sobre o futuro da economia acrescentam mais dificuldade para os novos profissionais.
Para Cezar Almeida, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Bahia), o primeiro desafio dos novos formandos é a maior concorrência, consequente do menor número de vagas de empregos. “A previsão que a gente tem em relação a 2016 é que vai ser um ano de queda em relação a 2015, que já foi um ano difícil. O cenário econômico reflete diretamente no nível de emprego”, diz Almeida.
Com um ano ruim em 2015, o setor da indústria ainda precisa se recuperar para fornecer a quantidade de vagas que eram ofertadas no passado. “Para 2016, as empresas do setor sabem que não estão produzindo tanto. Não temos como garantir que tenha emprego para todos os formandos”, afirma a coordenadora do Núcleo de Carreiras do Senai Cimatec, Maria Aparecida Medrado.
Buscar oportunidades, adquirir experiência e mais qualificação é o que os consultores de carreira orientam para aqueles que entram em 2016 já formados ou para quem completa a graduação este ano. As relações construídas durante a graduação podem gerar oportunidades de emprego, principalmente num contexto de maior competitividade.
Manter a rede de relacionamentos da faculdade e não perder o vínculo com a instituição são duas das principais discas de especialistas em Recursos Humanos.
“Uma das formas que você se destaca na busca por um lugar ao sol é através da sua rede de relacionamentos. É o primeiro ponto necessário para se preocupar em manter, no ambiente que acabou de fazer um curso, com os colegas os funcionários da universidade, os  professores. É um ambiente interessante de networking”, afirma Cezar Almeida.
Correr atrás
Além do contato direto com a instituição, Maria Aparecida Medrado orienta a não perder a motivação pela busca de um emprego. “É preciso continuar se capacitando e buscando as oportunidades, cadastrar os currículos em sites e empresas de RH, visitar as indústrias, fazer contatos com as empresas e pessoas importantes. É preciso bater na porta das empresas para buscar oportunidades”, orienta.
Apesar de capacitação ser essencial, emendar a graduação com uma pós-graduação nem sempre é a melhor opção para todos. “Depende do plano de carreira. O que é importante observar é se a hora é de aprofundar o conhecimento em uma área específica ou é hora de ganhar experiência”, afirma.
Adquirir experiência é o principal objetivo da formanda em recursos humanos Zélia Oliveira. “O nosso desafio como formando é entrar no mercado. Estamos vendo que está difícil para quem está se formando e não tem experiência. Mas ao mesmo tempo, as empresas precisam de sangue novo e nós podemos mostrar o nosso diferencial”, diz.
Além dos programas de estágio e trainees, a experiência  necessária pode vir de iniciativas que os formandos costumam não considerar, como trabalho voluntário. “As empresas juniores são oportunidades de trabalhar ainda na faculdade. Entidades buscam pessoas disponíveis para fazer trabalho filantrópico. O que é importante para quem está começando a carreira é aceitar pelo aprendizado, o que pode garantir contratação”, afirma presidente da ABRH Bahia.
*Informações do jornal A Tarde
Fonte: http://abrhba.org.br/noticia/formandos-de-2016-tem-mais-desafios

 

Leia no Jornal A Tarde: A_TARDE10_de_Janeiro_de_2016Empregospag1

Entrevista no Jornal da Band

 

Assista vídeo de minha participação em entrevista no Jornal da Band com Boris Casoy sobre a busca do primeiro emprego no dia 15 de janeiro de 2016.

 

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Recém-formados se decepcionam em busca por primeiro emprego

A busca pelo primeiro emprego sempre foi um desafio para os recém-formados. Com a crise econômica, a disputa pelas vagas ficou ainda maior.

Assista o vídeo da entrevista no site do Jornal da Band: http://noticias.band.uol.com.br/jornaldaband/videos/ultimos-videos/15737729/recem-formados-se-decepcionam-em-busca-por-primeiro-emprego.html