Matéria Jornal A Tarde

Formandos de 2016 têm mais desafios

Principal obstáculo é a concorrência maior, consequência da redução da oferta de emprego
Terminar uma graduação e encarar o mercado de trabalho competitivo é um desafio que todos  os formandos enfrentam. Em 2016, as consequências da crise econômica e as incertezas sobre o futuro da economia acrescentam mais dificuldade para os novos profissionais.
Para Cezar Almeida, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Bahia), o primeiro desafio dos novos formandos é a maior concorrência, consequente do menor número de vagas de empregos. “A previsão que a gente tem em relação a 2016 é que vai ser um ano de queda em relação a 2015, que já foi um ano difícil. O cenário econômico reflete diretamente no nível de emprego”, diz Almeida.
Com um ano ruim em 2015, o setor da indústria ainda precisa se recuperar para fornecer a quantidade de vagas que eram ofertadas no passado. “Para 2016, as empresas do setor sabem que não estão produzindo tanto. Não temos como garantir que tenha emprego para todos os formandos”, afirma a coordenadora do Núcleo de Carreiras do Senai Cimatec, Maria Aparecida Medrado.
Buscar oportunidades, adquirir experiência e mais qualificação é o que os consultores de carreira orientam para aqueles que entram em 2016 já formados ou para quem completa a graduação este ano. As relações construídas durante a graduação podem gerar oportunidades de emprego, principalmente num contexto de maior competitividade.
Manter a rede de relacionamentos da faculdade e não perder o vínculo com a instituição são duas das principais discas de especialistas em Recursos Humanos.
“Uma das formas que você se destaca na busca por um lugar ao sol é através da sua rede de relacionamentos. É o primeiro ponto necessário para se preocupar em manter, no ambiente que acabou de fazer um curso, com os colegas os funcionários da universidade, os  professores. É um ambiente interessante de networking”, afirma Cezar Almeida.
Correr atrás
Além do contato direto com a instituição, Maria Aparecida Medrado orienta a não perder a motivação pela busca de um emprego. “É preciso continuar se capacitando e buscando as oportunidades, cadastrar os currículos em sites e empresas de RH, visitar as indústrias, fazer contatos com as empresas e pessoas importantes. É preciso bater na porta das empresas para buscar oportunidades”, orienta.
Apesar de capacitação ser essencial, emendar a graduação com uma pós-graduação nem sempre é a melhor opção para todos. “Depende do plano de carreira. O que é importante observar é se a hora é de aprofundar o conhecimento em uma área específica ou é hora de ganhar experiência”, afirma.
Adquirir experiência é o principal objetivo da formanda em recursos humanos Zélia Oliveira. “O nosso desafio como formando é entrar no mercado. Estamos vendo que está difícil para quem está se formando e não tem experiência. Mas ao mesmo tempo, as empresas precisam de sangue novo e nós podemos mostrar o nosso diferencial”, diz.
Além dos programas de estágio e trainees, a experiência  necessária pode vir de iniciativas que os formandos costumam não considerar, como trabalho voluntário. “As empresas juniores são oportunidades de trabalhar ainda na faculdade. Entidades buscam pessoas disponíveis para fazer trabalho filantrópico. O que é importante para quem está começando a carreira é aceitar pelo aprendizado, o que pode garantir contratação”, afirma presidente da ABRH Bahia.
*Informações do jornal A Tarde
Fonte: http://abrhba.org.br/noticia/formandos-de-2016-tem-mais-desafios

 

Leia no Jornal A Tarde: A_TARDE10_de_Janeiro_de_2016Empregospag1

Uma cidade empreendedora

Reprodução abaixo de artigo publicado no Correio em 5 de dezembro de 2014.

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Uma cidade empreendedora

Uma reação de decepção, tristeza e choque de realidade tomou conta da cidade com a divulgação pela Endeavor que Salvador era a última colocada no ranking das melhores cidades para se empreender. A pesquisa, feita entre 14 principais capitais brasileiras, deixou a metrópole baiana distante de sua importância histórica, cultural e econômica. Todos que vivem nela conhecem alguns problemas crônicos que a tormentam, como a violência crescente, a falta de mobilidade e a qualidade baixa da educação. É evidente que este não é um ambiente favorável para quem deseja empreender.

Não resta dúvida do papel governamental para melhorarmos este cenário, em todas as suas esferas: federal, estadual e local. Gostaria aqui de chamar atenção especial ao papel do governo municipal. Além de suas obrigações constitucionais, a prefeitura também é o principal protagonista das políticas públicas de uma cidade e cabe a ela planejar, organizar e gerir projetos, lidando com questões práticas e também outras intangíveis, e não menos importantes, como a esperança, o orgulho e o entusiasmo de quem vive e trabalha na cidade. O prefeito e os secretários lideram este processo e são figuras de proa desta nau, mas sem os servidores públicos municipais, este barco não navega. Não tem como ter aula, atendimento médico, trânsito fluído, nem muito menos emissão de alvarás de licença de funcionamento para empresas sem que os servidores estejam envolvidos. Cuidar do servidor, então, é fundamental para virarmos o jogo e transformarmos a cidade.

A gestão municipal dá sinais que está atenta à gestão de pessoas quando negocia e aprova um plano de cargos e salários e contrata um plano de saúde para seu quadro funcional, reinvindicação antiga e necessária, temas que foram abordados no Fórum de Gestão de Pessoas na Área Pública, realizado em Salvador no dia 25 de novembro, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH Bahia. O Secretário de Gestão, Alexandre Paupério, apresentou ações que demonstram um caminho de valorização e cuidado com o servidor público municipal. É verdade que há ainda muito o que fazer, mas se continuarmos nesta rota, teremos equipes de servidores públicos capazes de entregar cada vez mais serviços de qualidade à população e, como fazem os empreendedores, obter cada vez mais resultados com menos recursos.

Com servidores engajados a nossa cidade se tonará cada vez mais um ambiente propício para empreendedores criarem oportunidades e empresas inovadoras. Que a capital mais plural seja, um dia, a mais empreendedora do Brasil.

Cezar Almeida – Diretor de Relações Institucionais da ABRH Bahia.

Print da página publicada no Correio:

Uma cidade empreendedora - Correio - 5/12/14