Empresas perceberam que rotular o funcionário pelo desempenho do passado não traz benefícios. A alternativa? Valorizar os talentos pensando no futuro.

Veja minha participação nesta matéria do Correio:
Para especialistas, esse é um dos principais entraves tanto para os que procuram emprego quanto para os que contratam
O cenário adverso, com perda de mais de 75 mil vagas de trabalho em vários setores da economia no ano passado, convive com outro, oposto, na Bahia. Cerca de 75% dos empregos oferecidos em Salvador pelo Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm) em 2015 não encontraram candidatos qualificados.
Das 11.236 vagas ofertadas pelo órgão, apenas 2,8 mil foram preenchidas. Mais da metade dos empregos oferecidos na capital baiana pelo Serviço de Intermediação para o Trabalho (SineBahia) de janeiro a dezembro do ano passado também não encontraram candidatos. Das 30.054 vagas ofertadas de janeiro a dezembro, 14.837 não foram preenchidas. Na Bahia, 31 mil postos de trabalho deixaram de ser preenchidos (40%), sendo que mais de 79 mil vagas foram oferecidas pelo SineBahia.
Segundo especialistas, em um momento caracterizado por demissões, a sobra de vagas, tanto na capital baiana como em todo estado, é decorrente da falta de qualificação profissional. Para eles, esse ainda é um dos principais entraves tanto para os que procuram um emprego quanto para os que contratam.
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(Foto: Arisson Marinho/CORREIO) |
“Quem está procurando uma vaga, assim como quem está empregado, precisa buscar qualificação. Não existe outra forma de ascender no mercado de trabalho. É preciso estar sempre atualizado sobre os conhecimentos da sua área”, aconselha o gerente da unidade central do SineBahia, Helber Pacheco. Entre os motivos para a sobra de vagas no ano passado, Pacheco cita a falta de experiência dos candidatos e a maior quantidade de vagas operacionais.
Oportunidades
De acordo com a psicóloga do SineBahia Saionara França, as áreas de atendimento ao público, serviços e estética possuem muitas vagas disponíveis atualmente e são boas opções para quem está procurando um emprego.
Já o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Bahia), Cezar Almeida, afirma que as áreas comercial e financeira ofereceram muitas vagas no ano passado e devem abrir postos neste ano. “Diante da situação econômica, em que todas as empresas precisam se organizar e racionar custos, as áreas de finanças e comercial, além da de logística, são promissoras”, destaca.
Um levantamento feito pelo Simm a pedido do CORREIO apontou seis vagas que foram ofertadas com frequência no ano passado e tiveram dificuldade de ser preenchidas. Elas podem ser encaradas como oportunidades para este ano. São elas: auxiliar administrativo, recepcionista, patisseiro e confeiteiro, operador de caixa, eletricista de máquinas, consultor de vendas (principalmente de produtos odontológicos).
Difícil de preencher
Dentre as áreas com dificuldade de preenchimento está a de vendas. “Percebem-se muitas pendências na dicção e fluência no discurso do candidato, assim como ortografia e gramática”, afirma a psicóloga do Simm Renata Canário.
A recomendação dela para os candidatos melhorarem nesses quesitos é ler bastante e praticar a escrita. “Também é bom fazer cursos de como lidar com clientes e de como realizar uma venda”, afirma. A psicóloga também considera que a falta de qualificação dos candidatos fez com que muitas vagas ficassem vazias no ano passado. “Os motivos são diversos. Às vezes, o candidato não tem boa dicção ou não possui os conhecimentos básicos de informática”, diz.
O alto índice de vagas sem colocados nos órgãos pode ser explicado também pelo baixo salário oferecido. “As pessoas buscam evoluir na carreira e não querem receber salários baixos. No ano passado, por exemplo, tivemos casos de postos que nem tiveram interessados”, revela. Entre as áreas em alta este ano ela cita as administrativas, de recursos humanos e operacionais.
A psicóloga acrescenta que por mais que haja problema na entrevista de emprego ou no currículo, é a falta de experiência o principal motivo para que muitos candidatos não sejam classificados. “Existem muitos profissionais formados no mercado, mas não é todo mundo que é um bom profissional”, opina.
Sócia da doceria Granulado, Graça Fonseca conta que, em 15 anos de loja, já solicitou diversos candidatos às vagas de patisseiro e confeiteiro aos órgãos de intermediação de mão de obra, mas nunca encontrou candidatos preparados.
“As pessoas querem trabalhar e não têm qualificação e, em muitos casos, não procuram aprender. Hoje temos dois patisseiros e dois confeiteiros e esses quatro funcionários nós mesmas tivemos que treinar”, revela ela. Os quatro funcionários compõem um quadro de quase 30 funcionários. “Tem alguns que têm 8 anos de empresa, eram de outro setor, e preferimos aproveitá-los, porque mostraram interesse e já sabíamos que tinham outras qualidades”, conta.
A empresária conta que ela a sua sócia, Cristiane Fonseca, tiveram de treinar os funcionários operadores de caixa. “Geralmente, a gente ensina a trabalhar com sistema. Mas também avaliamos os conhecimentos em matemática, rápido raciocínio e a referência deles”, explica. Sua sócia, Cristiane, ressalta que o salário de patisseiro e confeiteiro estão entre os maiores da empresa. “A rotatividade é muito grande. Para os candidatos, falta interesse e investimento na profissão”, argumenta.
Dicas para se dar bem no processo seletivo
Diante da situação de desemprego, aumenta a quantidade de pessoas procurando vagas. Para se diferenciar dos concorrentes, os candidatos precisam se destacar no currículo, na entrevista, e ainda possuir uma formação acadêmica e competências adequados para o perfil da vaga.
Segundo a psicóloga do Serviço de Intermediação para o Trabalho (SineBahia) Saionara França, antes de se candidatar à oportunidade, as pessoas precisam fazer uma análise e verificar se aquela vaga condiz com seus objetivos profissionais. “Se for, é preciso traçar um currículo para aquele objetivo. É preciso alinhar as experiências e os cursos focados para a vaga a ser disputada”, explica, ressaltando que a pessoa que não tem experiência deve buscar qualificação na área.
O SineBahia, inclusive, faz uma consultoria gratuita todas as segundas, às 8h, na unidade do Parque Bela Vista, para quem quer melhorar o currículo. Saionara ressalta que, além do currículo focado para a vaga, o candidato precisa demostrar suas habilidades e competências nas outras etapas do processo seletivo, como dinâmicas e entrevista. “Nessas horas entra a parte interpessoal. Boa parte dos empregados perde na entrevista porque acabam pecando, falam mal da empresa anterior, etc. É preciso pesquisar um pouco mais sobre a empresa, sobre a vaga, trazer as qualidades e aplicá-las, ligando aos resultados. Também tem que tomar cuidado com a apresentação pessoal. Todos os detalhes fazem a diferença e informação nunca é demais” diz, ressaltando que as empresas, hoje, se preocupam mais com o comportamental dos candidatos do que com os outros quesitos.
Além de preparar bem o currículo, a psicóloga do Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm) Renata Canário recomenda que os candidatos acionem suas redes (networking). “Relacionamentos anteriores podem gerar indicações”, comenta. Na hora da entrevista, a dica é se valorizar e sempre falar a verdade.
Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Bahia), Cezar Almeida, o mais importante é mostrar resultados. “Principalmente em mais um ano de crise, as empresas buscam funcionários cada vez mais eficazes e produtivos”, afirma. A recomendação é que, na entrevista, o candidato saiba identificar resultados concretos que teve em organizações que passou e apresente-os, de forma a cruzar com suas habilidades e competências. “Se candidate a várias vagas, se prepare para entrevistas. Estude o que vai responder nas perguntas tradicionais. Quanto mais preparado, maior será a confiança e maior a chance de sucesso”, garante.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br/dfp/single-economia/noticia/mais-da-metade-das-vagas-de-emprego-em-2015-nao-foram-preenchidas-por-falta-de-qualificacao/?cHash=81d432d0bc782e37ce4baa04822baf4e
Confira matéria que participei concedendo entrevista sobre o mercado de trabalho no Brasil em 2016.
A Bahia, com a perda de 75.286 postos, foi o segundo mais impactado no Nordeste. Em geração de emprego, o estado ocupou a 21ª posição no Brasil e a oitava no Nordeste
Apesar dos especialistas afirmarem que ainda não se pode falar em uma reversão do cenário de crise observado em 2015, setores como atendimento ao cliente, estética, logística, e as áreas comercial e financeira são boas oportunidades para quem quer se recolocar no mercado em 2016.
Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Bahia), Cezar Almeida, as áreas comercial e financeira vão abrir ainda mais vagas. “Num ano de crise, as empresas precisam se organizar e racionar custos. Por isso, essas áreas, além da de logística, são promissoras”, acredita.
Já a psicóloga do Serviço de Intermediação para o Trabalho (SineBahia) Saionara França revela que as áreas de atendimento ao público, serviços e estética possuem muitas vagas disponíveis atualmente. Em 2015, o SineBahia disponibilizou 79 mil vagas, colocou 47 mil pessoas e encaminhou 166 mil. Foram inscritas 299 mil pessoas. “Os dados mostram que faltam pessoas para o perfil das vagas”, diz.
Psicóloga do Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm), Renata Canário afirma que as áreas em alta este ano são administrativas, de recursos humanos e operacionais. “Alguns supermercados estão contratando”, lembra. O Simm ofertou 11 mil vagas em 2015 e 2,8 mil pessoas foram colocadas.
Candidato deve mostrar resultados na entrevista
Com o desemprego assolando as famílias, a principal recomendação dos especialistas é que o novo candidato não se desespere e sempre busque mostrar resultados.
“As empresas querem funcionários entregando o produto de maneira eficaz, com agilidade e qualidade. O profissional que mostra isso tem mais chances de se recolocar”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Bahia), Cezar Almeida.
O candidato também deve continuar buscando qualificação e ativar sua rede de contatos. “Foque na solução, que é se recolocar, e organize bem sua rotina. Se candidate para vagas e se prepare bastante para entrevistas”, recomenda o especialista.
Dicas para buscar se recolocar no mercado |
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Organize a rotina Procurar emprego não deixa de ser um trabalho, por isso é importante organizar o tempo do dia e fazer um bom planejamento financeiro para focar na sua recolocação. |
Faça um bom currículo É como uma peça de marketing. Destaque seus pontos fortes e tenha em mente seu objetivo profissional. |
Candidate-se Coloque o currículo em sites de emprego e envie-o para empresas. Busque sempre vagas que se encaixam em seu perfil. |
Prepare-se É importante estar preparado para entrevistas. Treine questões difíceis como ‘quais seus pontos fracos’ e estude sobre a empresa. Quanto mais preparado estiver, maiores serão as chances. |
Se atualize Leia os livros mais recentes da área, participe de cursos, debates, palestras, etc. Toda informação sobre a área é valiosa. |
O Brasil fechou 1,542 milhão de postos de trabalho com carteira assinada em 2015 – o pior resultado em 24 anos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com o saldo (diferença entre contratações e demissões) do ano passado, o país retrocede ao mesmo patamar de dois anos atrás. Na Bahia, o saldo negativo de 75 mil foi o pior desde 2002. Em 2015, 697.449 baianos foram contratados e 772.735 demitidos.
O saldo nacional do Caged foi resultado de 17,707 milhões de admissões e 19,249 demissões. Em 2014, foram geradas 420,7 mil vagas formais. No mês de dezembro, o Brasil fechou 596,2 mil vagas, também pior resultado desde 1992.
A indústria de transformação foi a responsável pelo maior número de vagas formais fechadas em 2015. O setor encerrou 608.878 vagas com carteira assinada.
A construção civil foi responsável pelo segundo maior corte, com menos 416.959 vagas. Já o setor de serviços fechou 276.054 vagas. O comércio teve, em 2015, menos 218.650 postos, a indústria extrativa mineral fechou 14.039 vagas e a administração pública encerrou 9.238 postos. O único setor que criou vagas, em 2015, foi a agricultura, com um saldo positivo de 9.821.
O ano também apresentou uma redução nos salários, segundo o Caged. Os salários médios de admissão tiveram uma queda real de 1,64%. O valor médio foi de R$ 1.291,86 em 2014 e passou para R$ 1.270.74, em 2015.
O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, definiu 2015 como um “ano difícil”. Segundo ele, o governo tem trabalhado para retomar a atividade econômica e, por consequência, a geração de empregos. Como argumento para a reversão no quadro, o ministro disse que o ajuste do câmbio começa a trazer resultados positivos – ele enxerga uma tendência de redução na inflação e de ampliação de investimentos.
Segundo o técnico da Superintendência de Estudos Econômicos (SEI), Luiz Fernando Lobo, 2015 foi um ano ruim para o mercado de trabalho baiano e brasileiro. “O desaquecimento da economia afeta diretamente o mercado de trabalho. Essa crise tem sido potencializada por uma crise no campo político. Tal cenário gera incertezas, o que trava as ações e emperra a economia, atingindo a porção mais fraca desse mercado, que é o trabalhador”, explica.
A crise atingiu em cheio a vida do técnico químico Mateus Moreno, de 29 anos, que era representante da área comercial na região Nordeste de uma indústria química sediada em São Paulo.
“A empresa estava com um projeto para implantar uma fábrica aqui na Bahia, mas, por conta do cenário econômico, o projeto foi cancelado em 2014. Como o ano de 2015 foi ainda pior, minha vaga foi cortada”, conta. Desde sua demissão, em novembro, Moreno realizou cinco seleções, e até viajou para São Paulo para participar de duas entrevistas.
Em tempos de retração econômica, quem também está em busca de uma vaga formal é a jovem Tainá Silva, 20. “Estou à procura do meu primeiro emprego para ajudar em casa e complementar a renda de minha mãe, que trabalha como cuidadora de idosos”, conta.
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Na Bahia
A Bahia, com a perda de 75.286 postos, foi o segundo mais impactado no Nordeste. Em geração de emprego, o estado ocupou a 21ª posição no Brasil e a oitava no Nordeste – todos os estados da região apresentaram no ano um acumulado negativo. O interior do estado encerrou 25.970 postos, enquanto a Região Metropolitana de Salvador (RMS) perdeu 49.316 posições de trabalho com carteira assinada.
Pernambuco foi o estado que mais perdeu postos na região (-89.561 postos). A retração da Bahia decorreu principalmente da queda do emprego nos setores da Construção Civil (-34.249 postos), Serviços (-19.566 postos), Comércio (-9.566 postos), Indústria de Transformação (-8.133 postos) e a Agropecuária (-3.110 postos).
“Como a Construção Civil e Serviços são setores que incorporam muitos trabalhadores, terminam sendo mais dinâmicos em seus processos de contratação ou de desligamento”, afirma Lobo, da SEI.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado da Bahia (Sinduscon- BA), Carlos Henrique Passos, atribuiu o cenário negativo no estado ao cenário econômico do país. “Obras foram encerradas, enquanto o setor não teve novas. Com isso, o desemprego aumenta”, afirma ele, dizendo que esse quadro, pelo menos a curto prazo, não deve ser alterado. “A retomada passa pela solução da economia do país”.
Colaborou Juliana Montanha.
Leia no Jornal A Tarde: A_TARDE10_de_Janeiro_de_2016Empregospag1
Assista vídeo de minha participação em entrevista no Jornal da Band com Boris Casoy sobre a busca do primeiro emprego no dia 15 de janeiro de 2016.
Recém-formados se decepcionam em busca por primeiro emprego
A busca pelo primeiro emprego sempre foi um desafio para os recém-formados. Com a crise econômica, a disputa pelas vagas ficou ainda maior.
Assista o vídeo da entrevista no site do Jornal da Band: http://noticias.band.uol.com.br/jornaldaband/videos/ultimos-videos/15737729/recem-formados-se-decepcionam-em-busca-por-primeiro-emprego.html
Cuidar do corpo é cuidar da vida!
Depois de uma semana intensa de trabalho intelectual, uma das melhores maneiras e recuperar a vitalidade e a energia é fazer exercícios aeróbicos. Ao focar na energia do corpo, resgatamos o equilíbrio, reduzimos o estresse e balanceamos nosso sistema.
Uma ótima maneira de começar o fim de semana. E depois? Aí já é a hora do happy hour! Tim Tim!
Seja qual for a sua área de atuação, lidar com pessoas é sempre um desafio para muitos. Não apenas o relacionamento diário, mas a partir do momento em que se torna um líder, é preciso inspirar, guiar e fazer o melhor pelas mentes pensantes ao redor. O desafio não é pequeno. Conversamos com Cezar Almeida, economista, coach e diretor institucional da Associação Brasileira de Recursos Humanos na Bahia.
Bahia Prime: Seu currículo é bastante extenso, tendo especializações em diversas instituições. Quais são suas atuais atividades profissionais hoje?
CA: Certo. Atualmente, faço treinamentos e dou palestras. No primeiro, desenvolvo alguma competência específica em um determinado grupo de pessoas. Nas palestras, discorro sobre um tema em que eu tenha expertise, e vou ali tentar provocar uma dinâmica dentro da pessoa para que ela se motive mais… São as chamadas palestras ‘motivacionais’, apesar de eu não gostar desse nome. Acredito que a palestra deve trazer reflexões que despertem aspectos dentro da pessoa, e que assim a motive de alguma forma.
Continue lendo mais no site: http://bahiaprime.com.br/mercado/cezar-almeida.html
Qual é o nosso papel diante de um cenário de crise econômica?
As previsões para 2015 são negativas em vários sentidos e para fazer deste um ano positivo em sua vida e carreira, uma das dicas é criar o seu próprio microclima. Organizações públicas e privadas também podem se valer deste conceito e, com isso, não serem afetadas por perspectivas macroeconômicas ruins.
No meu artigo publicado no Correio, em 17/4/15, discuto um pouco esta questão. Leia abaixo e comente.
Crie o seu próprio microclima em 2015*
Participando de um evento, recentemente, ouvi de um dos sócios de uma grande empresa nacional, líder no seu segmento, sobre como ele enxergava o cenário econômico do Brasil e como acreditava que haviam preparado a empresa para enfrenta-lo. Enfático, afirmou logo que a macroeconomia não o interessava. Distante de ficar alheio às crises econômicas diversas, o que ele acredita e se concentrava era em criar e manter o seu próprio microclima e, para explicar este conceito, trouxe-nos um exemplo. Imagine que você está uma região seca e árida do sertão nordestino. Neste lugar, delimite uma gleba de alguns hectares para seu experimento, fure alguns poço artesianos e irrigue toda a área com frequência, podendo assim plantar novas espécies de árvores e plantas diversas. Depois de um tempo, independente do que ocorre em volta da área escolhida, aquele lugar será diferente da sua vizinhança. Uma nova flora surgirá, adaptada a maiores volumes de água, assim como um fauna será atraída. Depois de um tempo, então, teremos um microclima criado artificialmente.
As previsões econômicas para este ano são todas ruins, com quedas previstas no riqueza do país (PIB), na produção industrial e no nível de consumo das empresas e famílias. Por outro lado, o que deverá aumentar é o desemprego, a inflação e o endividamento. Em um contexto como esse, deixar contaminar a nossa atitude por esta conjuntura negativa pode ter impacto proporcional nas performances pessoal e organizacional. Não podemos nos abster da discussão política e econômica, participando ativamente da vida pública diária, porém o cuidado é separar esta discussão da nossa agenda, de nossas metas e de nossos objetivos profissionais e pessoais.
Empresas e pessoas podem escolher como olhar para 2015, se como um ano que será ruim ou se vamos furar os poços e irrigar nossas carreiras e negócios, criando o nosso próprio microclima. É um ano em que assume prioridade na agenda engajarmos ainda mais as pessoas que trabalham conosco e, com isso, transformar o nosso ambiente do trabalho em um lugar sustentável, gerando satisfação para as pessoas, compromisso ambiental e social e lucratividade para os sócios. Devemos continuar nesta onda de participação ativa na vida pública, exigindo que governos, em todas as suas esferas, implementem mudanças na nossa economia e política. Mas, para fazer diferença de verdade em nossas vidas, temos trabalhar todos os dias para construir um poderoso microclima em 2015, tantos para as organizações que atuamos, como também para nossas carreiras.
* Cezar Almeida é economista, professor e diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH Bahia
Confira a seguir minha participação em matéria publicada no Jornal A Tarde.
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